O dia em que eu machuquei o joelho
- Giselle Tavares
- 9 de mar. de 2017
- 2 min de leitura
Sempre fui uma menina otimista, achando que tudo em algum momento vai dar certo, gosto de acreditar. Mas, também já bati muito a cabeça insistindo em coisas que eu já sabia que não progrediriam. Aí já não se tratava de otimismo, e sim, de... tolice, é.
Mais ou menos em 2009, eu sofri um pequeno acidente em casa. Estava me arrumando para ir à escola quando lembrei de pegar algo que havia esquecido no meu quarto, que no caso é no segunda andar. Minha mãe sempre falou comigo sobre ter cuidado com as escadas, claro, toda mãe busca prevenir seus filhos do perigo, só basta que os filhos escutem e sigam as orientações, por uma questão não só de obediência, mas também de sabedoria.
Quase pronta, eu havia terminado de calçar as meias, só faltavam os tênis, quando me lembrei de buscar alguma coisa no andar de cima. Eu sabia que seria arriscado subir aquelas escadas com meias, ainda mais com aquelas meias, finas e propícias para um belo deslize, mas aí eu teria que tirá-las e depois tornar a calçá-las... Um pouco trabalhoso né? Nem quis. Do jeito que eu estava decidi subir as escadas, e mais ou menos no terceiro degrau eu derrapei. Bati a perna no mármore e o inchaço foi automático. Aí corre Giselle, corre mãe, corre tia... Aquela correria típica de acidentes.
Fui levada ao médico, que claro, percebeu o ocorrido, me examinou, passou uma série de restrições. Era verão, e aqui no Rio de Janeiro faz muito calor em todos os anos, e uma das restrições foi o acesso à piscina, foi bem difícil. Tive que passar um bom tempo só assistindo meus primos se refrescando e eu sem poder mover um dedo, apenas com a perna para cima. Sem falar também na listinha básica de alimentos, que precisaram ficar de fora da minha vida nesse período de recuperação. Criança gosta de brincar, e eu tive que ficar parada, sentadinha só observando. Se eu tivesse tirado as meias... Mas a gente não pode voltar no tempo, querendo ou não, isso serviu de experiência.
Eu aprendi que nem sempre a maneira mais fácil será a mais eficaz, talvez a facilidade te aprisione, te deixe restrita às melhores coisas. Ganhei um joelho machucado e uma mente arrependida, na hora não era tão útil para mim, mas aqui na frente eu vejo.
"É melhor obedecer do que sacrificar" (I Samuel 15:22), e essa frase? Ela nunca fez tanto sentido para mim.

(Imagem: Tumblr)
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